terça-feira, 15 de julho de 2014

Mar

Nós nos afogamos mais um vez e mais um vez eu o vi se afundar. Era como se houvessem pedras amarradas em seus pés e elas o puxassem para o fundo e para o fundo, até não mais restar ar. Dessa vez eu já sabia que não haveria jeito. Não iria mais existir "nós", "nosso". Tinha certeza de que eu nunca mais o reconheceria, e que ele não mais existiria. Nossos segundos foram contados em conta gotas naquela imensidão do mar. Porém, se afundar não é uma escolha e é extremamente difícil resgatar quem quer se afundar, se findar. Espero que um dia eu possa não mais lembrar do quanto quis que ele se salvasse. Espero que um dia eu possa me lembrar que eu quase me afoquei junto.

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